quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Filas


Uma hora e meia já se passaram, rapidamente, despercebidas. Isto porque eu consegui um lugar para me acomodar, ali, em meio a tantos outros já ocupados. Um senhor, gentil, cedeu-o para mim, disse que não ia mais precisar, que já estava de saída. - Então tá bom. Obrigada!
As pessoas se movimentam sem parar, ansiosas, impacientes, estressadas, anseiando ardentemente que chegue logo a sua vez, que o seu número apareça na telinha.
Uns preferem sentar e escrever para enganar a mente e sentir o tempo passar mais depressa. Outros ouvem uma música, e querem que todos tbm a ouçam. Outros iniciam diálogos com seus vizinhos de cadeira. Contam suas experiências, sua rotina, falam sobre sua família, seu emprego, sobre o feriado de carnaval, sobre a espera e dão até conselhos. Outros permanecem de pé, buscando algo interessante para observar, ou demonstram um olhar vago, perdido em seus pensamentos. -Tenho que fazer isso e aquilo, e depois ir ali e acolá, e fazer tal pagamento, e negociar com fulano e beltrano, e, e, ... Outros talvez entoam louvores a Deus, louvores de gratidão, de exaltação. E outros ainda podem refletir sobre as lições aprendidas cada vez que se deparam com filas, principalmente as de banco.
Lições sobre paciência, tolerância, compreensão do outro, renúncia, equilíbrio, paz, espera e amor. Sobre o reconhecimento de que cada fruto só pode ser colhido em sua estação própria e que os estágios de seu amadurecimento não devem ser pulados.
Lições de que há tempo para tudo nessa vida, paciência. =)

Eclesiastes 3: 1-9